"O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o tempo parou pra mim. Provisoriamente.
Não ignoro as ameaças que o futuro encerra, como também não ignoro que é o meu passado que define a minha abertura para o futuro. O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar.
Sim. É isso. Reconheço que ao meu passado eu devo o meu saber, a minha ignorância, os meus interesses, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Hoje, que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade? Não sou escrava dele. Não sou escrava do meu passado.
O que eu sempre quis foi somente comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida, da minha própria vida. Acredito que consegui fazê-lo.
Não desejei nem desejo nada mais do que viver sem tempos mortos.”
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