Ela era bipolar.
Só cabiam certezas nela quando era hora de tomar café preto.
Ela buscava tomar seu café da forma como levava a vida. Com pressa. Sem jeito.
Não sabia se a cor das coisas eram roxas ou azuis. E também não sabia se estava feliz.
Seus episódios de felicidade eram entrecortados.
Muitas vezes, ela chorava sem motivo. E com motivo também.
A gente sempre chora quando tem incertezas.
A única coisa certa era o café preto.
Amargo não. Doce. Como ela.
Um dia ela se fechou no quarto e achou que tudo virou tempestade.
Mas a chuva sempre passa.
E ela continua a tomar o café preto. Esperando a certeza da felicidade.